O conceito do diesel limpo é combinação de três inovações tecnológicas: um diesel mais limpo (com uma nova combinação química), motores mais avançados (novos sistemas de injeção e de controle de gases emitidos da queima de combustível) e tecnologias de controle efetiva de emissões (os sistemas de pós-tratamento de emissão de gases, pós-combustão).
Uma das mudanças estratégicas mais significativas, e revolucionárias, para melhoria (diminuição) das emissões dos motores diesel foi a alteração da constituição química do próprio diesel. O óleo diesel é um combustível derivado do petróleo, constituído por hidrocarbonetos, mais especificamente por átomos de carbono, hidrogênio, enxofre, nitrogênio e oxigênio. Cada átomo possui sua função específica para o funcionamento adequado do motor diesel, sendo um produto inflamável, tóxico, volátil, límpido e isento de material em suspensão.
Dentro da câmara de combustão, devido à alta temperatura (acima de 1000 °C), são formados os NOx, em especial pela queima do enxofre, presente no combustível. Desta forma, a principal alteração nos novos compostos do óleo diesel é através da diminuição dos níveis de enxofre, os chamados diesel de baixos teores de enxofre. Iniciou-se com o chamado S50 (50 partes por milhão) e posteriormente o S10 (10 partes por milhão).
Aliada a esta alteração da composição do combustível, que tende a ser progressiva (diminuição ainda maior da quantidade de enxofre em sua fórmula), existe a implantação dos sistemas de tratamento dos gases de escape, mais especificamente os sistemas SCR. Estes sistemas utilizam do reagente Arla 32, a base de ureia, específico para aplicação veicular. Este sistema, presente no catalizador, utiliza de um bico injetor e uma bomba de dosagem para injetar o Arla 32 nos gases provenientes da combustão do motor. No catalizador ocorre uma reação química que transforma o NOx (óxido de nitrogênio) em nitrogênio e vapor d’água. Para garantir que o condutor, ou operador, do motor abasteça regularmente o reservatório de Arla 32, os veículos com este novo sistema possuem um alerta visual que informa sobre a necessidade de abastecimento, e caso não seja realizada, diminui a potência do veículo (de 25% até 40% de diminuição do torque).
Estes novos sistemas e inovações tecnológicas estão apenas no início do seu desenvolvimento e implantação, ou seja, existe um potencial enorme de inovações a serem realizadas. Segundo divulgado no informativo “A future with clean diesel” (2015) divulgado pela fabricante alemã de sistemas de injeção diesel Bosch, os motores diesel no ano de 2020 irão consumir 33% menos combustível e irão emitir 33% menos CO2 em comparação aos motores atuais, o que significa que os motores diesel atingirão a marca de 95 gramas de CO2 por quilômetro, o equivalente a menos de quatro litros de diesel a cada 100 quilômetros.
(Fonte: Monografia do colaborador Tiago Abad Diaz; Imagem: www.dieselforum.org)